terça-feira, 8 de maio de 2012

T de Tempo Sem Tempo (VIII)

POEMA Nº3



foi um dia
sem, assim

(a data me esperava na esquina)

andando

(talvez nem tenha escovado os dentes)

sem, assim

(tinha pouco mais que um
real

pouco mais que uma
luz
no fim do túnel

só esperava a espera

- o dia media-me a quaresmas)

sem,
assim

(o telefone público destruído

nada nos olhos do cãozinho envenenado
caberia neste real

ser? (estupor?) será?
(sem?) tédio? (assim?)
maior?)

assim


Fabiano Calixto, Música Possível,
São Paulo: Cosac Naify, 2006

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