quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

J de (O) Jardim e a Casa (VII)

Vou pelo meu jardim...
Ando a regar o alecrim do norte.
Que bem que cheira! É só pr'a mim,
Ninguém m'o corte...

Onde eu passo tudo reverdece,
Não há inverno, fica tudo em flor...
Ressuscitai, flores do tapete,
Ganhai cor...

Sou jardineira.
Ando a regar a Morte...
E as covas não abrem a florir!...
É sina minha. É a minha sorte.


António Patrício, O Fim, Porto: Lello & Irmão, 1909
[Ontem ao som de António Fragoso]

Sem comentários: