sexta-feira, 15 de junho de 2018

A de Amor (IX)


CONTRA REMEDIA AMORIS



Não sou desse género de mulheres
incapazes de amor e de ternura.
Odeio o sacrifício e repugna-me
a vaidade que nasce da violência,
mas sei o que é valor e o que é sangue.
Quero ser a mulher de um mercenário,
de um poeta ou mártir, vai dar ao mesmo.
Porque sei olhar nos olhos dos homens.
Conheço quem merece a minha ternura.




Amalia Bautista, Coração Desabitado,
com sel. e trad. de Inês Dias, desenhos de Débora Figueiredo,
arranjo gráfico de Pedro Santos, Lisboa, Averno, 2018

Sem comentários: